Com ninguém. Coração fica na mão: batata quente, ouriço que secou na areia longe das ondas, barbante segurando a força do balão de ganhar céus, destino errante nas rédeas do peão no bordel, belezas ocultas sob véus, uma puta falta de vontade de sonhar, de voltar e crer no fim do arco-íris [e na verdade do brilho da iris]. Enfim, fica em vão, de peito vazio. Fica no chão entre cacos e saltos [altos] ao som de fim de festa – copos quebrados e pés descalços. Fica no vão entre as coisas que esquecemos e as que jamais esqueceremos – como lugares onde nunca mais voltamos, mas sabemos que [para] sempre estarão lá… Fica na vontade de revirar gavetas, libertar a caneta, o verbo, o credo, tretas e ter n’alguma coisa menos triste o destino em riste te esperando pra tentar – porque a vida é isso: todos os dias tentamos. Somos culpados, o tempo aponta o lápis para escrever outras linhas e na outra ponta não tem borracha. Porque essa rinha tinha que acabar. Agora, fica esse tal coração e uma lista de coisas para encaixotar.
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