A questão era e sempre foi uma só: ir. Foi, mas não deixou partir. Ousou dizer adeus. Deixou um pouco de sí e levou pedaços quando desfez os laços que criou e deixou flâmular na brisa mais tenra. Foi. Estava cansado de não ter razão de estar. Queria detestar viver assim, mas não conseguiu, pois seria como remar num rio sem margens – e isso já era demais para a sua linhagem revestida de bravura. O tempo cura. Foi e nem olhou para o mapa, nem lembrou do tapa, só deixou o rastro da capa no chão, o pulso do coração na mão, a lembrança do caminho que nunca cruzou, do ninho que não o acolheu. Foi tudo ilusão, então? Viagem sem destino, (des)aventuras, luzes e mente no vermelho. Destino atroz, um trem veloz vai chegar para estancar seus pensamentos, laços desfeitos… Foi.
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