O necessário e um pouco mais.

Mês: maio 2021

Lapso

Entre enganos e descuidos, verdades infinitas pintam novos horizontes, sem acompanhar as formas das nuvens, nem as nuances do céu, da noite, nem anseios, nem futuros dilatando as pupilas… Sem vela, sem espera. Dias passam como coletivos cheios de gente indo e vindo, sempre voltando de algum lugar, sempre em busca de algo, sempre na espera de alguém, sempre a mercê de olhares estranhos de estranhos… Rumos diversos para universos inversos, onde destinos nem sempre são talhados e por vezes apenas acontecem, no suceder de uns de repentes, que nem sempre rimam com a vida: linda fingida de bandida para fugir; tela rabiscada de carvão a colorir; medo tingido de desejo por arder; fé blindada por batalhas a vencer; sonhos dissipados em planos de paixão; realidade na areia aos ventos da ilusão… Ida ali para voltar daqui a pouco. Logo ali mesmo… Muitos já partiram; uns não vão voltar. Alguns estão indo; outros, vão chegar. Tem quem está chegando e quem ainda vai chegar.

Labirintos

… rua nua, lua no chão brilhando no resto de chuva, pés no céu, num caminhar leve, de destino breve, feito de talvez para acontecer daqui a pouco: depois. Silenciosamente, passou mudo – em segundos – caminhou o mundo por labirintos, pensamentos densos, lentos, tensos, propensos a se tornarem verdades em palavras, loucuras em devaneios, emoções duras, dores sem cura, de deixar qualquer um louco por um cigarro, um trago, um afago – ou algo mais forte para lhe esquentar o peito e dar um jeito pelo menos uma vez naquele dia, naquela noite… Mais uma noite e nos segundos de relógios, açoites afoitos, na cadência do seu caminhar leve, breve… Depois era assim mesmo: cheio de vazios e caminhos. E um cigarro era pouco… Foi pouco, louco. Foi pouco. Foi…

Fadário

Mil histórias, um destino
Muitos lugares, nenhum lar
Paixões perenes, um amor
Memórias feitas pra lembrar

O tempo passa, a vida voa
Não teve tempo de esperar
A esperança foi na frente
Abriu caminhos pra sonhar

Subiu montanhas sem destino
Saltou das pedras para o mar
Correu a pé pelos instintos
E viu a vida transformar

Quando a verdade fez sentido
Sentiu as pernas balançar
Não tinha medo do acaso
Pois já podia acreditar

Trilhou em paz o seu caminho
Venceu mil guerras sem lutar
Era só esse o seu destino
História escrita pra contar

Talhou na sorte o seu destino
Sentiu amor ao se encontrar
Amou com todo o coração
Viveu mil vidas para amar

Seguiu a fé pelos caminhos
Foi devagar sem divagar
Quão leve e belo o seu destino
De quem nasceu só para amar

Uma história, mil destinos
Muitos lugares em um lar
Lições eternas de amor
De quem nasceu para amar

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