O necessário e um pouco mais.

Mês: setembro 2015

Harmonia


… e percebeu depois de anos de escuridão fria e silêncios lentos que um dia de sol é melhor do que um dia de chuva. Doce harmonia: brisa do mar, areia nos pés, chinelos nas mãos, desejo de cantar Stevie Wonder, protetor solar e… Só. Já não precisa mais se proteger tanto da vida assim… Sol, água de côco, uma nova tatuagem e a vida em ondas como o mar, trazendo alegrias e levando solidões. “You are the sunshine of my life…”, cantou sorrindo discretamente… Discretamente feliz.

Calos

O sapato da gafieira já não traz o barro do terreiro, nem o desgaste da peleja. O homem segue pra igreja, ornando impecavelmente. Não tem aliança e hoje não tem dança. A bíblia nas mãos calejadas, guias no pescoço, um olhar ressabiado de quem chegou do interior, destreinado de tanto cinza, uma ou outra ferida na alma cheia de histórias pra contar e uma absurda esperança de… ser feliz. Triste, de terno escuro, só, balança a cabeça em sinal de negação e olha para o teto do coletivo como se perguntasse: Deus, o que eu fiz? Próxima estação…

Belezas

… as coisas mais bonitas da vida surgem de forma simples e inesperadas, a gente não compra, nem usa. A gente ganha, vive, compartilha, emoldura no tempo, no momento em que percebemos que a vida é isso que vivemos quando não pensamos em felicidade – porque ela se apresenta pra gente cotidianamente como um prato de arroz e feijão, uma cerveja gelada, um lago para caminhar em volta, a volta de uma viagem, uma paisagem, um ingresso para o show da banda preferida, a lida com vitória, as histórias de amores, sucessos, saudades, amizades, verdades… De repente, terminam, como bolha de sabão leve e bela que ganha alturas e até estourar; duram o tempo suficiente e necessário para serem assim, simples e bonitas. Porque a vida foi feita para ser assim.

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