1. Linda
Sobre o instante de um olhar e a eternidade de uma paixão.
Andou por aí sem saber para onde ir e por sorte ou descuido (re)encontrou um amor em muitas possibilidades, surrudado ao pé do ouvido meio na hora que a primeira banda entrou, tocando em alto e bom som, alheita aos tantos corações em descompasso na plateia…
Foi um descompasso mesmo: pegou a batuta e foi [feliz]!
Regeu à sua vontade, com ousadia e verdade.
Leve e agil como bateria de jazz.
Breve e sutil como um sincopado de blues num bar com luz neon.
Em comum, um dom esquisito, mas bonito: transformar a dor em amor – ou numa outra ilusão mais bonita que fosse.
Essa dis-rit-mi-a trouxe uma alegria e um calor de baião dançado colado, suado… … à fumaça dum clip de improviso, de rap, o bagulho ficou black, numa pegada [forte] a la rhythm and blues, lento, denso, combinaram violinos com picapes e um coral de monges e MCs:
Linda,
Ela nem olhou pra mim,
Mas eu cheguei nela
E convidei para dançar…Tão linda!
Ela [só] dançou pra mim.
Eu já gosto dela;
Ela nem sabe de mim.
Enfim, sí menor é o tom; maior é o dom – esse de transformar a dor em amor. … o resto já está na pauta em branco… … e na batida do meu coração… … na batida do meu coração!