… tinha sim um jeito meio preguiçoso de andar. Já estava quase na metade da vida e não se importava mais com o preço do chuchu ou sobre o que pensavam sobre o fato dele ainda colecionar selos. Uma nova vida se revelava para ele a cada alvorecer e ele sabia e gozava disso: comprou uma camisa de futebol, fez uma receita de família, convidou amigos pra jogar cartas, jogou fora tralhas e sonhos tolos e empacados, fez de conta que não tinha problemas – e vivia melhor assim. Trocou o espelho por um quadro que pintou, colorido e vivo, pois não precisava mais se ver… Começou a se enxergar e se perceber… Não era domingo ainda, dia de jogo, mas ele tinha uma camisa nova – e uma vida também – e estava feliz pra caramba.
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