Só mais uma dose, um trago, talvez um cigarro. E lá se vai mais um dia, que começou com o leite frio esmaecendo o café quente, gente apressada, notícias do tempo e pensamentos sobre o que realmente vale a pena nesta vida, que rompem o dia até chegar alí. Só mais uma dose, é muito assunto e a cerveja esquenta; a peleja é muita e alguém lamenta não ter a coragem de tentar fazer o que gosta, de ficar com quem ama, nem que seja para trocar o drama por ficção – porque a vida está esquisita aqui desse jeito. Mais uma dose, só esse pleito: saideira, caidera, derradeira… Sem respostas, sem conclusão, só muita indagação. Já é tarde. Televisão ainda ligada, já começa a madrugada. Daqui a pouco começa tudo de novo. Um homem varre os cacos de almas despedaçadas e avisa que vai fechar. Agora, só resta dividir o que sobrou dos sonhos e a conta…
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