O necessário e um pouco mais.

Mês: novembro 2024

Diário

Slow sad blues rock in minor

[A]
volto mais tarde
diz pra saudade
não me esperar

sei que é tarde
mas na verdade
eu queria ficar

[B]
vou sem alarde
fica a vontade
podes chorar

talvez eu guarde
a nossa viagem
pra te encontrar

[R]
eu rabisquei seu nome
num pedaço de papel
era pra ser tatuagem
mil fotos numa viagem
o amor em vida é passagem

eu desenhei seu corpo
em lençois com vinho e mel
agora a sua imagem vai
e some como miragem
o amor em vida é passagem

[P]
eu escondi seu rosto
em percalços, medo e fel
eu busquei seu corpo
em mil lugares sob o céu

[E]
no meu diário, relicario
o seu corpo é paisagem
o seu rosto é miragem
o seu nome é viagem

eu quis gritar
quanto te amo
mas não consigo

no meu leito meu abrigo
o meu pleito, meu amigo
desse jeito não consigo
partir

só eu sei dessa dor
nas páginas que rasguei
só eu sei desse amor
nas páginas que rasguei
só eu sei…

Paz

A saudade entrega
Paz de primaveras
Um som de festa:
Cantam pescadores

A verdade presta
As de muitas eras
Um tom de pressa
Gritam nossas dores

Faz de conta que foi
Todo mal espera
O bom do amor
Curam nossas dores

Amores vem e vão
Fica o coração
Ficam fotos
Copos vazios
Abraços tardios
O sim foi em vão
O fim é um não

Enfim

É sobre jardins e navios; não sobre o amor

Flores não nascem na areia
Amores não resistem sem perdão
A força do mar está nas ondas;
A dor de amar, no coração…

Perdoa, é muito amor pra pouco (a)mar
Não nego não saber o dom do (a)mar

Dores são como grãos de areia
Abarcam mares com tanta paixão
O cheiro da flor está nas velas
Dos navios sem cais, na ilusão…

Perdoa, é muito amor pra pouco (a)mar
Navego sem saber o bom do (a)mar

Sinto… sofrer de amor não é o fim de tudo
Já cruzei mil mares até um fim do mundo
Já sorri diante de tantas maldades
O que é viver sem ter você?

Sinto… o meu mundo pode acabar agora
Já amei por muitas vidas nessa história
Já chorei demais de tanta felicidade
Vou cuidar do meu jardim…

Fim

Ainda é madrugada
Sigo a mesma estrada
Procurando uma festa
O vilão e o violão
Brincam e brigam
Pra falar da mesma dor

A saudade que ficou fez estrago

Já era a madrugada
Saio na mesma entrada
Vou catando o que me resta
A alma e a emoção
Cantam e dançam
Ao sentir o mesmo amor

A saudade que ficou fez estrago

Por que você não vem me achar?
Por que você não vem me buscar?
Por que você não vem me salvar?
Por que você nao vem me amar?
Por que?…

Eu fico rouco de gritar seu nome
Eu fico louco de buscar seu clone
Me reduzo, me recuso, me iludo…
Eu sou o fim da festa.

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