… com quem fica o coração? Quem afina o violão? Quem é o vilão? Ninguém. É só você mesmo contra a sua própria sombra – e as sobras de futuros esquecidos, sucumbidos por passados que não passaram, que não passam, que não cessam… Deixa estar. Vai caminhar e ver o dia passar diferente – como se estivesse emoldurado pela janela de um trem que só anda sobre os trilhos. Viagem leve e tranquila mesmo com atritos de ferros. Deixar estar e vai ver o dia entardecer a mente e amolecer o corpo, derretendo geleiras de fel e solidão – como se o calor já não forjasse espadas para fincar nos campos de batalha da alma. Deixa estar e vai ver a vida passando, passando, como coletivo rumo ao um infinito onde espelhos refletem a luz que há em você e iluminam o túnel e o alento pro espírito. Deixa estar e sente que os lamentos saíram das garrafas e se dissiparam nos mares por onde bate o sol. Deixa estar e vai tentar alguma coisa nova pra fazer a vida nova de novo – pode começar com um ovo mexido no pão com café levado ao pé da cama, com cheiro de manhã de maçãs, que inflama e ninguém mais lembra ou reclama da lama que teve que varrer do coração… Estranha – e linda – terça-feira a maneira como o sol abraçou meu violão. Cordas novas: tensão. Sorte nova: tesão. Nem moço ou vilão, farol costeiro. Forasteiro de emoções sem data de validade… Deixa estar. Deixa estar…