Enfim, chegou ao fim, mas ainda sentia o perfume e tinha o costume de acordar e admirar o sol nascer naquele olhar. Guardou os sonhos e de vez em quando sonhava os planos, Fim. Chegou o fim. Sabia que não tinha volta, mas se esqueceu a esperar, como barco ancorado na areia que nunca navegou por outro mar. Acabou. Sabia que era esse seu cruel desterro, como farol trancado numa ilha que nunca mais brilhou… Nunca mais.
Mês: agosto 2017
A questão era e sempre foi uma só: ir. Foi, mas não deixou partir. Ousou dizer adeus. Deixou um pouco de sí e levou pedaços quando desfez os laços que criou e deixou flâmular na brisa mais tenra. Foi. Estava cansado de não ter razão de estar. Queria detestar viver assim, mas não conseguiu, pois seria como remar num rio sem margens – e isso já era demais para a sua linhagem revestida de bravura. O tempo cura. Foi e nem olhou para o mapa, nem lembrou do tapa, só deixou o rastro da capa no chão, o pulso do coração na mão, a lembrança do caminho que nunca cruzou, do ninho que não o acolheu. Foi tudo ilusão, então? Viagem sem destino, (des)aventuras, luzes e mente no vermelho. Destino atroz, um trem veloz vai chegar para estancar seus pensamentos, laços desfeitos… Foi.