Enxergava muito além do universo em que estava. Muitos trambiques para espantar a solidão dos dias, entre os carros, como escravo da própria mente e de gente apressada que nunca viu ele dar risada – e há muito tempo ele já nem sabia mais o que era sorrir. Não tinha razão. Era (só) a razão. O mundo dando voltas e ele às voltas numa rebelião sem história, como um samba triste sem letra, como dedo em riste apontando um culpado, como solo sagrado para um ateu, como feriado que cai no domingo, como pecador de cai de joelhos e chora. Devagar. O compasso mudou e o passo rumo à outro destino menos atroz deu voz a seu coração… E pela primeira vez ele o seguiu sem nem querer saber até onde iria chegar. Simplesmente foi.