O necessário e um pouco mais.

Mês: abril 2017

Canto

Tinha medo de avião e um violão que ajudava a contar sobre o amor e outras histórias. Tinha medo de avião, mas não do amor – ele achava engraçado uma geringonça pesada planar como pluma no ar. E assim se sentia: leve, a cada toque… Nunca foi amigo de muitos – nem da onça -, mas tinha amores a rodo, ao todo o suficiente para se sentir contente, pois a vida não passou em branco, não foi só pranto, tinha calor e cor. Um canto, o canto, o violão, um banco, um lugar o esperava para ele chegar e cantar. Colecionava algumas decepções que se tornaram músicas engavetadas no tempo, no compasso do seu coração cheio de lapsos. Extravasava as paixões que deixaram boas lembranças e sempre pensava: eu posso pensar que eu posso voar num grande avião que possa me levar pra dentro do seu – grande – coração… E fazia isso cada vez que pegava o violão e cantava… Poderia ter ido até ela, mas não. Foi por medo de avião, não do amor.

Dança

… eu andei, andei e voltei pro mesmo lugar.

Sempre vai tocar um samba triste num lugar cheio de gente alegre. Será breve – porque a alegria está nas batucadas mais atrevidas -, mas vai doer. Vai te fazer crer que muito do que se acreditava era furada. E você vai dar risada da sua tolice – e tentar fazer da queda passo de dança pra disfarçar a lambança que se fez.
Dó maior; lá menor.

Sol!

Então, samba.
Vai e volta dançando, sambando, cantando nesse salão que tem no peito… Deixa o choro pro cavaco. Sem baixo astral – só partido alto.

Amanhã é muito do que foi feito hoje.
Faz uma coisa: vai ser feliz. E basta.
Samba.

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